Durante o auge da epidemia de Gripe Espanhola, em 1918, a elite dos Estados Unidos e os eugenistas se viram em um excelente momento para atribuir as mortes que aconteciam no país aos “becos imundos”, onde moravam os imigrantes, em vez de culpar a falta de um sistema de saúde que auxiliasse a todos e de métodos de prevenção mais restritos e adequados.
Apesar de 103 anos separarem a sociedade dessa época, o mesmo tipo de pensamento estrutural de xenofobia e repúdio se mostrou ainda mais forte em 2020. A pandemia do novo coronavírus levou mais de mil imigrantes chineses e sino-americanos a marcharem pelas ruas de Chinatown, em São Francisco, para protestarem contra a discriminação, o ódio e ataques que a comunidade estava recebendo pelas especulações e fake news de que a China teria deliberadamente liberado um vírus mortal para infectar a população mundial.
